Friday, June 27, 2008

Gay Parade!





Hoje foi a parada gay aqui em SF. Achei bem legal. Tudo muito organizado e bem diferente da de São Paulo. O que para mim foi mais engraçado e surpreendente é que é realmente uma parada. Mas acho que a brasileira é mais animada.

Ai, que saudade da Bibi!


Para quem não sabe, a Bianca - ou Bibi para os íntimos - é a minha queridíssima, hiper-eficiente, EX-faxineira. Ela operava um milagre na minha vida semanalmente. Quando eu estava morando em SP e trabalhava e estudava, eu chegava em casa no final do dia às terças-feiras (final mesmo, perto de meia-noite) e quando eu abria a porta de casa lá estava: um cheirinho maravilhoso de limpeza, as roupas limpinhas, dobradas em cima da cama, tudo brilhando! Ai, que saudade!!!
Aqui nos Estados Unidos muita gente tem faxineira, mas a maioria, pelo que vejo, não. A indústria até tem produtos para facilitar a vida da "desperate housewife". Tem um pacote de lencinhos que parecem com aqueles de limpar bebê para vc passar em qualquer lugar. Tira todo tipo de sujeira, pó, gordura, e deixa um cheirinho muito bom. Tem também um rodinho que vem com uns "wipes", tipo um lencinho também só que mais grosso, já com um produto de limpeza. Vc passa no chão, que fica limpinho e cheiroso, e depois só precisa tirar o lenço descartável sujo e por no lixo. Tudo muito incrível e muito prático. Mas nada que substitua uma Bibi!

Saturday, June 21, 2008

OOOOOOOOHHHH






Ontem fez um calor danado! Não sei quantos graus, mas eu estava de regata na rua passando mal de tanto calor. YEP!!! Quando faz um tempo quente assim, o que não é muito normal no verão em SF e deixa os cidadãos loucos, eu fico rindo sozinha da minha piada de humor negro que soaria terrível para os eco-conscientes cidadãos da Califórnia: "Viva o aquecimento global!"
Mas enfim, foi o clima perfeito para o programinha que fiz de noite: ir assistir a uma ópera no estádio dos Giants (baseball), o AT&T Ball Park, e o melhor, de graça. Foi uma delícia, clima super família, tudo funcionando direitinho e bem organizado apesar de o estádio estar lotado! Eles transmitiram a ópera Lucia di Lammermoor, que estava sendo apresentada na Opera House, num telão de alta definição. As pessoas ou assistiram das cadeiras no estádio ou, como eu, estenderam uma toalha de piquenique na grama. No intervalo, eu fiquei de cara com uma coisa que eu já tinha ouvido falar, mas nunca visto: eles passaram uma musiquinha com a letra no telão e o povo REALMENTE canta! Eu adorei!

Thursday, June 19, 2008

Do morango organico ao partido Democrata



Essa foto é do meu supermercado preferido aqui, o Real Food. Eu ia direto quando estava morando em Russian Hill, mas agora vou só de vez em quando. Esse não é exatamente o que eu frequento, mas foi a foto que achei. O que eu gosto lá é que está sempre tocando rock'roll e os funcionários parecem rock stars: jovens, tatuados, aquele look alternativo, sabe? Também amo as frutas e verduras, e todos os produtos que eles tem. É praticamente TUDO orgânico. Sério, quando eu digo tudo, é tudo, não apenas os vegetais mas desde o arroz até a cerveja. Muito diferente da imagem que eu tinha antes de me mudar para cá, de supermercados gigantescos cheios de comida congelada.
Como eu já disse antes, o povo aqui é bem saudável. Muita gente se exercita e se alimenta bem. Na verdade, a cidade tem todo um comportamento que para mim é bem diferente da maioria, meio que de contracultura e de estar sempre pensando à frente. Muita gente aqui é preocupada com o meio ambiente, usa transporte público (o Real Food dá desconto para quem mostra o passe mensal de ônibus!) e vota pelos Democratas. Acho que é porque um dia todos eles foram comunistas, ou hippies, ou os dois. Enfim, não sei se soa estranho, mas o fato é que, apesar de eu ter me sentido surpresa no início, agora eu penso sobre a história de São Francisco e vejo que até que faz sentido mesmo a cidade ser assim. E que bom que eu moro aqui!

Tuesday, June 17, 2008

Gente que malha!



Duas coisas sempre me intrigaram em SF. A primeira é como é possível esse povo daqui não sentir frio. Sério, tem dia que esta fazendo a maior friaca e tem cidadão de shorts correndo na rua. A outra coisa é relacionada com o mesmo cidadão correndo de shorts. Eu fico impressionada com a quantidade de gente que malha aqui nessa cidade. Onde quer que vc ande aqui, seja parque, rua, qualquer calçadinha, lá estão eles, os atletas amadores. É gente correndo pra lá, gente de bike pra cá...
Acho que o pique dos San Franciscanos me animou hoje. Fui na academia e dei um gás: fiz elíptico (aquela maquina engraçada que faz vc parecer que está mais dançando do que malhando, sabe?), musculação e nadei. Saí da academia feliz da vida e, surpresa, não senti o menor frio! Daí eu comecei a pensar, será que é por isso que tem tanta gente que malha em SF? Será que eles malham porque se eles malham, ficam aquecidos? Ou talvez o fato de os moradores daqui serem malhadores explique porque eles parecem não sentir frio. Ou talvez eu esteja com muita endorfina no organismo, me atrapalhando de raciocinar! Enfim, seja lá o que for, espero entrar na onda daqui: me exercitar bastante, o que será ótimo, e parar de bater queixo a qualquer ventinho mais frio que sopra!

Monday, June 16, 2008

Lagartixas


Continuando o assunto do clima, a parte boa nesse probleminha do fog e do frio em pleno verão é que, saindo o sol, o povo de San Francisco também sai (às ruas). É sério, qualquer solzinho de 18 graus e os parques já ficam cheios, e toda e qualquer faixinha de grama vira espaço para alguém lagartear. Eu mesma já cansei de sentar na Union Square só para dar uma esquentadinha no corpo e na alma. Teve um dia desses que tava calor mesmo, até de noite. Eu saí para jantar de vestido e sem casaco, o que era inconcebível para mim até então. Nesse dia as ruas estavam lotadas! A cidade inteira resolveu sair, e olha que era uma quarta-feira. Quando é fim de semana ou tem algum evento especial, então, pode contar: vai estar apinhado de gente. Taí uma foto do festival do bairro North Beach esse sábado, para comprovar.

Saturday, June 14, 2008

Summertime


Eu já estava até cansada de tanto ouvir a famosa frase "The coldest winter I ever spent was a summer in San Francisco". O pessoal aqui parece que adora essa frase, que ninguém sabe bem ao certo quem foi que disse, e às vezes tenho a sensação de que eles acham até divertido ou interessante o fato de termos que vestir casaco em pleno verão. Eu não acho a menor graça! Para mim um inverno já está bom até demais e que não dure mais do que um ou dois meses.
Mas o fato é que aqui na península de SF o clima tem uma tendência a manter-se frio, e em especial quando está calor. Ontem mesmo eu estava vendo a previsão do tempo no jornal na TV e, enquanto todas as cidades em volta de San Francisco, fora da península, tinham temperaturas em torno de 80F e até 90F, aqui a máxima era de 68F! Mas tem uma explicação para esse fenômeno: é por causa do tal do fog, outro amigo íntimo dos habitantes de San Francisco. Quando a temperatura sobe e a parte continental esquenta, o contato desse calor com a água gelada do oceano Pacífico faz com que o ar condense rapidamente. Daí de uma hora pra outra, a gente vê aquelas nuvens, às vezes bem espessas, vindo em direção à cidade.
Esses dias fez um calor danado, estava uma delícia. Eu até saí mais cedo da aula e fui encontrar minhas amigas na Baker Beach, uma praia bem gostosa que tem aqui na cidade mesmo. De tardinha, resolvi fazer uma supresinha pro Ri; comprei uma cesta de piquenique, um vinho gostoso, uns queijos e peguei ele no trabalho para irmos assistir ao pôr-do-sol do outro lado da Golden Gate Bridge. Afinal, o dia estava lindo!
Em Downtown, onde ele trabalha, estava o mesmo dia lindo que eu testemunhei a tarde inteira: sol, céu azul, calor e só um pouco mais de vento do que estava tendo mais cedo. Daí vamos dirigindo em direção à ponte e, surpresa: lá estava ele, impedindo completamente os meus planos, o fog! Que pôr-do-sol que nada, não dava para ver um palmo à nossa frente. Chegamos a atravessar a ponte, mas não teve jeito, o piquenique foi na sala de casa mesmo!

Friday, June 13, 2008

Pode beijar a noiva!


Foi aprovada aqui em San Francisco uma lei autorizando casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo. Os moradores de SF ficaram todos orgulhos, e eu também, de viver na cidade mais liberal e mais justa com os gays de todo os Estados Unidos (e de grande parte do mundo). Dia 16 de junho, as 5h da tarde, começarão oficialmente os casamentos, mas nesse dia só vai ter um, de um casal de octagenárias fofas, que estão juntas faz mais de 50 anos(!!!). No dia seguinte, 17 de junho, já tem mais de 100 casamentos agendados e cerca de 1000 esperados para os próximos 30 dias. Já tem mais de 100 voluntários para ajudar os oficiais a darem conta do recado. Vou tentar ir lá no City Hall dia 17 para testemunhar esse momento histórico!

Dia de Feira!


Uma coisa bem legal que rola aqui em San Francisco são as street fairs, que acontecem sempre no início do verão. Várias ruas famosas, uma de cada vez, fecham para o trânsito de veículos. Daí eles montam aquelas típicas barraquinhas de vender tranqueiras, comidinhas, etc. Fica rolando vários showzinhos e a galera comparece mesmo, bomba de gente!
Essa da foto foi no fim-de-semana passado, numa das ruas mais conhecidas de San Francisco, a Haight Street. Sente o naipe do churrasquinho!
Esse findi vai rolar outra bem legal, no bairro North Beach, um dos mais animados daqui. Depois eu conto como foi.

Wednesday, June 11, 2008

Writing Class


Hoje fiquei bem feliz. Finalmente recebi uma redação corrigida pelo professor na minha aula de writing com mais elogios do que correções. Eu posso dizer que eu escrevo razoavelmente bem em português, nem muito acima da média nem muito abaixo também. Então é bem frustante tentar escrever algo simples em outra língua e o texto voltar cheio de erros. Mas enfim, como essa última foi até que bem sucedida, vou colocar aqui. O tema era: O que vc faria se descobrisse que possui somente 24 horas de vida?

"My last 24 hours"

Let's say that for some mystical reason I've found out that I have only 24 hours left to live. Maybe I had gone to this "best-in-the-world" physician who was able not only to discover an extreme deadly illness I have but also to determine the exact period of time I'll last. Or maybe God himself had decided to make me a sacred visit to warn me that he'll need me in heaven for the next day. The fact is, knowing that all I have is 24 hours or worse, 1,440 minutes to do whatever I want or need to do, I'd have to be practical.
First of all, I would not spend time panicking. Maybe one or two minutes, but no more than that. I would wake up in the morning and after two minutes freaking out because I've realized it's my last day on Earth, I would have the best breakfast I could ever have dreamt about. Of course I would have to have all my favorite breakfast food: scrambled eggs; pancakes; pão-de-queijo (it's brazilian and I can't translate it); fresh orange juice; fresh watermelon juice; coffee of course; yogurt; jam (all kinds); a lot of French toasts and all kinds of fresh fruits.
After eating all that, however, I'd have no time to relax and digest because my time is running. I'd like to have a long walk by the beach and the day would have to be sunny, no matter what. I would have to do to a beach where the sand strip is large because I'd like to have my husband, my family and all my 47 best friends walking with me. They would take turns to be at my side and they would have to speak only about nice things and everybody would be obligated to tell me at least one joke.
By noon, I would have to have a yoga class to relax and be calm even when I see the sun is starting to move down. For lunch, I'd have to decide which of my favorite dishes I would eat, saving the rest of them for dinner.
During the afternoon, I'd like to go to SixFlags and play until I get dizzy. My niece must be at my side all the time for I must see her sweet smile until I memorize it.
By night, I would like to drink a lot of wine, while talking to my mom, my sisters and my husband. We would remember old funny stories and laugh while we get drunk (just a little bit drunk). There would be a beautiful, shinning full moon on the sky, of course. There would be a lot a music, too. Only the old and good ones.
Then I would go to sleep, hugged to my husband who would hold my hand and speak sweet words of love, softly, into my ears until I'm gone.
At the end, I'd have this nice dream I'm walking in a beautiful garden, full of sun and aromatic flowers and my grandma is waiting for me with a peaceful smile on her face and all I feel is happiness.

Desde o começo


Depois de muito hesitar, achando que ter um blog não era bem coisa de gente normal, eu resolvi fazer um. Minha decisão de arriscar postar, com uma certa regularidade, algumas linhas online tem a ver com o fato de eu ter mudado de país, do Brasil para os EUA e mais especificamente para San Francisco. Então vou escrevendo um pouco, aqui e ali, sobre meu cotidiano e assim quem tiver curiosidade de ler vai poder ter idéia de como essa cidade é apaixonante!