Cheguei ao Brasil, depois de 1 ano, 1 mês e 19 dias longe. Achei que ia ficar mais emocionada vendo as ruas e árvores de Brasília, mas me senti como se estivesse estado aqui ontem. Que bom, eu acho. A sensação de familiaridade é tão grande que não dá espaço para estranheza, mesmo depois de tanto tempo fora.
Depois da primeira noite (que, diga-se de passagem, foi sofrida devido ao calor e descompasso do meu fuso horário), ao acordar, foi que eu tive o primeiro choque "ohhhh, estou no Brasil!" Eu ainda não tinha aberto os olhos quando comecei a ouvir um cantar de pássaros, alto, alegre, musical. Que lindo! Que lindo!
Eu não havia me tocado de que passei mais de um ano sem acordar com canto de passarinhos - com esse canto específico - até ouvir de novo a musiquinha dos sabiás e tico-ticos de manhãzinha. Só não recitei o Golçalves Dias inteiro em pensamento porque não sabia o poema todo. Mas nem precisava do poema, o sentimento foi preciso e profundo. Não teve como não pensar que os passarinhos brasileiros e sua música são os mais lindos do mundo.
O "ghuu-ghuu" da gaivota pode ser bacana e fazer pensar no mar, o "crááá-crááá" do corvo negro pode ter seu valor e fazer pensar em Hitchcock, mas nada se compara a um despertar ao som de "tri-li-li-lá-lá-rull-trull-lu-lálálá" das aves do cerrado!
p.s. : o sabiá veio do Flickr desse cara aqui, que tem fotos lindas de vários pássaros e outros animais do Brasil. A gaivota é produção caseira mesmo.