Wednesday, September 17, 2008

I have an iPhone, I'm a weirdo; I don't have an iPhone, I'm a weirdo.


Eu não sei dizer se a coisa é exagerada somente aqui em San Francisco porque afinal de contas estamos na Bay Area e no Vale do Silício estão todas as empresas de tecnologia e tal, ou se a epidemia já está espalhada de vez por todo o mundo mesmo. O fato é que o iPhone, que na primeira versão já era uma febre, artigo de primeira necessidade para qualquer pessoa mamãe-tô-na-moda-sou-moderno-e-tô-podendo, agora virou unanimidade mesmo com a versão 3G e, principalmente, com a possibilidade de se baixar milhões de aplicativos.
Mesmo quem tem a versão antiga pode instalar mil programinhas que fazem das coisas mais bobas, como uma "espada do Jedi" que faz um barulhinho quando você "luta" com o iPhone, até coisas bem úteis como o Yelp ou o Messenger. As pessoas estão encantadas, apaixonadas, enlouquecidas.
Nesse momento, eu preciso dizer que eu ainda não tenho um iPhone. Continuando...
Ultimamente você entra no ônibus e vê as pessoas que nunca se viram na vida papeando alegremente sobre seus iPhones como fariam duas mamães com seus filhinhos. Sabe, quando as crianças "fazem amizade" e os pais começam a trocar conselhos sobre fralda, escolinha e remédio para dor de ouvido? Pois é, é como se os iPhones também "fizessem amizade":
- Ah, você instalou o Shazam? E aí, funciona?
- Ô, é ótimo, nunca falhou! E o msn, já tá usando?
- Não sabia que já tinha!!! É de graça?
- Não, mas vale a pena! Rola de mandar foto e som na hora!
- Pô, maneiro!
O problema é que agora, que TODO MUNDO tem um iPhone, as pessoas ficam lá, nesse "mundo paralelo", conectadas O TEMPO TODO. Por exemplo, se sentamos uma turma numa mesa de bar, rola um momento em que eu vejo que cada um está, ao mesmo tempo, mexendo em alguma coisa no seu respectivo brinquedinho. A pessoa tá conversando com o amigo em Paris pelo msn ao invés de falar com os amigos sentados na mesma mesa!
Esses dias estávamos eu e o Ri num restaurante desses mais românticozinhos, flores e velas. O Ri lá, olhando alguma coisa ou acho que brincando com um joguinho novo que ele tinha acabado de instalar. Eu estava admirando a decoração do restaurante e reparando que uma cadeira lá na mesa do fundo estava com um pé meio torto. Nesse momento, a garçonete chegou do meu lado e, com ar de consolo, disse: - Hi... mais um vidrado no iPhone...
Eu: - É... pois é. Hehe.
Ela: - Ah, mas pelo menos não é video game!
Eu: - Bom, não posso dizer, desse mal eu também sofro!!!

Um outro dia eu escrevo um capítulo garotos X video games X esposas/namoradas X conversa. Por enquanto estou decidindo se abro uma frente de resistência ou se compro logo o meu iPhone também! Afinal, o bichinho é incrível mesmo!

1 comment:

Carol Nogueira said...

Gi, o mundo está ficando louco! A conectividade está criando problemas MESMO. Vou fazer uma camiseta escrita turn off your blackberry. Fala sério, mundo real é mundo real.